segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal


Estava lendo as Diretrizes Espiritualistas da LBV Mundial e encontrei um trecho que resume bem o que penso sobre o Natal. Transcrevo-o:

"Natal é Fraternidade sem fronteiras

A Mensagem do Natal é a Fraternidade sem fronteiras, única perfeitamente capaz de estabelecer as bases da Sociedade Solidária; não de presentinhos uma vez por ano; mas do grande presentão fim da fome, da míséria, da desgraça, porque JESUS pregou o respeito à dignidade do homem e à de seu Espírito eterno. Afastadas disso, não há política nem economia que dê jeito no Brasil e no mundo. O resto é a marcha para o suicídio planetário." (Netto, José de, 1989, p.2001)

Todos sabem (ou deveriam saber) que o Natal representa para os Cristãos o nascimento de Jesus e a mensagem de amor que Ele veio trazer ao planeta. Entretanto, muitos se esquecem desse significado nobre, rendendo-se às fantasias que o consumismo nos impõe.

Outro dia, por exemplo, ao assistir um telejornal me assustei com o grau que essa fantasia se alastrou. Nessa época a TV enfatiza muito as luzes, os presentes, a movimentação nas ruas, a preparação da ceia, e muito pouco se fala do Aniversariante do Dia, mas o que mais me chocou foi a pergunta de uma repórter. Entrevistando um homem vestido de papai noel, perguntou como ele (papai noel) se sentia sendo o personagem mais importante do Natal.

Pera aí... isso é demais pra mim!

Pela confraternização entre as famílias, a lembrança terna entre os amigos e os desejos sinceros de paz, amor e harmonia entre muitas pessoas, essa época do ano ainda tem se diferenciado por seu tom vibracional, mas temo que a humanidade perca esses instantes mágicos reduzindo-os à troca de presentes ou exibicionismo de roupas e comidas.

Que Jesus, O VERDADEIRO MOTIVO DO NATAL, em torno do qual as famílias devem se unir, ajude-nos a reverter essa situação. Quem sabe, ao invés de apagarmos essa energia especial, não consigamos aprimorá-la a ponto de vivenciá-la todos os dias do ano? Seria o Natal Permanente de Jesus do qual fala a mensagem que transcrevi anteriormente.

Teríamos dias de amor... onde desavenças são desfeitas em nome da paz, onde as distâncias são diminuídas em nome da união, onde as famílias são fortalecidas pelo coração, onde a solidariedade envolve a alma de tantas pessoas que buscam praticar uma boa ação ao próximo. E, como consequência, diminuem-se as diferenças, os conflitos, as injustiças, o egoísmo, o rancor, a miséria, etc.

Quando isso acontecer, talvez Jesus sinta-se orgulhoso, perceba que aprendemos a lição, e que, portanto, valeu a pena descer à Terra para ensinar os preceitos do Verdadeiro Amor aos homens.

Quem quiser aproveitar essa época em que nossos corações estão mais abertos para refletir um pouquinho, recomendo um artigo interessante do site http://www.paivanetto.com.br/interno/interno.php?sp=368&ci=1&cs=3.

No mais, um Feliz Natal com Jesus a todos!!! São meus sinceros votos!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007


Hoje é um dia especial para mim...
Há exatamente 21 anos eu entrava definitivamente neste mundo de tantas provas, desafios, surpresas, e (por que não?) de sonhos, magia e felicidade!!!


Minha vida até aqui foi traqüila se comparo a tudo o que vejo por aí, entretanto, claro, não fiquei isenta dos altos e baixos aos quais todos estamos sujeitos. Na minha opinião, o importante são as coisas que aprendi ao longo da caminhada.


Não acredito que estejamos neste mundo por acaso. Para mim também não faz nenhum sentido pensar que viemos do pó e para o pó retornaremos. Seria muito pouco. Seria nada.


Cresci crendo na imortalidade da alma e no propósito Maior que cada um de nós teria na jornada da evolução individual, como se estivéssemos neste orbe em viagem. Não uma viagem a passeio, mas de aprendizado. Seríamos alunos em graus variados, mas todos em busca do conhecimento e das experiências que nos faltam.


O Mestre de tudo isso é Jesus! Mas Ele é um Mestre especial: É o detentor de todo o conhecimento e o revela por diversos meios aos homens. Por isso é também o Sábio, o Chefe, o Governante, o Educador, o Político, o Cientista, o Filósofo e o Pai, juntamente com seus auxiliares (Espíritos de grande envergadura, Anjos, Santos, missionários, ou os nomes que queiramos dar) mediador dos ensinamentos necessários a nós estudantes: humanidade. Vez por outra precisa ministrar um remédio amargo, mas sabemos como isso é importante para um doente.


Me ensinaram que não precisa ser "religioso" para ser bom ou fazer o bem. Há muitas pessoas com o coração sujo que se escondem atrás das religiões, bem como existem "ateus" que amam tanto o próximo que se tornam exemplos de vida. Isso é o importante para Deus e para a boa convivência, mas, no meu caso, em especial, ter as convicções que tenho e aprender com grandes homens como Paiva Netto, tem feito muita diferença. É bom olhar para trás ou pensar no futuro com a certeza de que tudo tem um por quê, mesmo que ainda não o conheçamos.


Por isso, neste dia que, para mim, mais do que festa ou presentes, é de reflexão, avaliação e renovação, agradeço a minha família querida, aos meus amigos, aos meus guias na Terra e no espaço e a certas pessoas que, como poucas, me conheceram e me aceitaram do jeitinho que sou.


A todos um pensamento do escritor José de Paiva Netto: "Só o Bem justifica a existência humana. Nada de duradouro se constrói afastado do bom senso, que, em profundidade, também significa Amor."

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A Vitória da Vida

"Pobre de ti se pensas ser vencido!
Tua derrota é caso decidido.
Queres vencer, mas como em ti não crês,
Tua descrença esmaga-te de vez.
Se imaginas perder, perdido estás.
Quem não confia em si, marcha pra trás;
A força que te impele para a frente
É a decisão firmada em tua mente.

Muita empresa esboroa-se em fracasso
Inda muito antes do primeiro passo;
Muito covarde tem capitulado
Antes de haver a luta começado;
Pensa em grande, e os teus feitos crescerão;
Pensa em pequeno, e irás depressa ao chão.
O querer é o poder arquipotente.
É a decisão firmada em tua mente.

Fraco é aquele que fraco se imagina;
Olha ao alto o que ao altose destina;
A confiança em si mesmo é a trajetória
Que leva aos altos cimos da Vitória.
Nem sempre o que mais corre a meta alcança,
Nem mais longe o mais forte o disco lança,
Mas o que, certo em si, vai firme e em frente,
Com a decisao fi rmada em sua mente..."


Sempre que me encontrava desanimada, minha mãe falava desse poema de Bastos Tigre. Ontem, por acaso, encontrei-o e resolvi transcrevê-lo. Acredito muito no poder da nossa mente... Mas por que é tão difícil dominá-la?!

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A você...

Hoje quero agradecer uma pessoa...
Não preciso dizer o nome, pois ela sabe bem que falo dela.
É mágico perceber que o amor e o carinho que alguém sente por nós está acima de qualquer condição. Ou que está se trabalhando para isso.
É sublime saber que, embora seja quase impossível, essa pessoa tente nos compreender quando nós mesmos não nos compreendemos.
É gratificante constatarmos que nossos esforços não foram em vão e que conseguimos conquistar o amor, o carinho, a consideração e o respeito desse alguém querido.

Hoje senti orgulho. Um orgulho bom.
Num momento em que eu não fazia idéia do que encontraria, conseguiu tranqüilizar-me... me fez admirá-lo.
Por tudo isso e muito mais, hoje você também tem o meu amor, carinho, consideração e respeito.

Que os Anjos de Deus sejam com você!!!
E, mais uma vez, obrigada...

(Queria agradecer muitas outras pessoas que torcem e, de certa forma, cuidam de mim. Talvez seja mais difícil falar sobre algumas delas pela necessidade de metáforas, mas quero que saibam que meu coração registra cada palavra, gesto, alerta e demonstração de carinho para comigo... são verdadeiros tesouros na minha vida)

A vocês, dedico um pensamento de William Shakespeare:
"Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande, é a sua sensibilidade sem tamanho."

domingo, 2 de dezembro de 2007

Como pode?

Hoje, domingo, aconteceu mais um "encontro de família"...
Sempre surgem os famosos"causos". Entretanto, um deles me surpreendeu. Infelizmente de forma negativa... Era sobre meu priminho de 6 anos.

Como muitas crianças de hoje, ele sempre surpreende os adultos. Não raro coloca alguém em saia justa com alguma lição de moral ou uma resposta incrível.

Outro dia, por exemplo, meu tio, para testá-lo, começou a dizer que a casa de seu avô (em reforma) estava ficando mais bonita que a deles e que, por isso, começava a achar que onde moravam era um local feio. "Cuidado pai, existe uma 'lenda' que diz que as pessoas não devem reclamar do que têm. Devem agradecer.", respondeu meu priminho.

Ontem ele foi a uma festa e adivinhem... passou todo o tempo a recolher as tampinhas que alguns imprevidentes jogavam no jardim. Como faltavam lixeiras, começou a recolher também os palitos de churrasco para não sujar o meio ambiente e a juntá-los perto do chafariz, até que os demais convidados começaram a fazer o mesmo.

Eu passaria toda a noite escrevendo casos assim (acho uma gracinha!), mas o que me indignou foi constatar que o que eu considero diferencial, tem se tornado um defeito na escolinha onde meu primo estuda.

Ele sabe de coisas e já desenvolveu habilidades que ainda estão sendo adiquiridas por seus coleguinhas (até mesmos por crianças bem mais velhas), como fazer contas de cabeça, brincar com a matemática, entreter-se com os livros didáticos da sua mãe e discutir com uma amiga enfermeira sobre glóbulos brancos, vermelhos e anticorpos. Começou a se destacar entre os amiguinhos e, não sei se por isso, sua mãe tem sido chamada frequentemente pela professora e recebido algumas reclamações nesse sentido. Eu simplesmente não entendo.

A última aconteceu porque ao ouvir na sala de aula uma historinha que falava sobre rio, meu primo tomou a palavra e começou a falar coisas como a forma com que as pessoas estão poluindo os rios, desmatando as florestas e com isso, acabando com muitas vidas. Passou, então, a contar sobre o rio poluído que tem perto da casa dele, de como era antigamente e o que as pessoas têm feito. Os coleguinhas quiseram saber mais e a professora não pôde continuar enquanto meu primo não terminou. "Ele praticamente está dando aula no meu lugar.", colocou a professora.
Acho que quem assume a importante missão de educar, deve ficar atento com o que pensa, diz e faz. Se o futuro está nas mãos das crianças, quem tem contato direto com eles pode contribuir muito. Eu, particulamente, acho que os mestres devem sempre incentivar e desenvolver os talentos de seus pupilos. Mas muitos, às vezes sem perceber, fazem o contrário.

Aproveito para agradecer todos os professores que, de alguma forma, fizeram diferença na minha vida. Que, onde estiverem, recebam meu carinho e minha gratidão...

Despeço-me com as palavras do escritor e historiador americano Henry B. Adams: "Um professor influi para a eternidade; nunca se pode dizer até onde vai a sua influência."

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Mãos ao alto!!!

"O salão da conferência só abre após as 16 horas. Sinto muito."

_Você ouviu a moça, Kika. Vamos, a gente volta depois. É bom que aproveitamos para conhecer a cidade.
_ Será Glória? Dizem que aqui é tão perigoso...
_ Não seja por isso. Vamos passeando pela rua movimentada, ora!

"Ops! Desculpa... Ai meu Pé!!!! Ouuu!!!! Volta aqui com meu relógio moleque!!!!!!"


_ Acho que a rua movimentada não foi uma boa escolha, né Kika? Vamos pegar uma rua mais tranquila desta vez.

"Caladinhas senão eu estouro os miolos. Passa o celular e não adianta gritar, pois aqui não tem ninguém para ouvir!" - anunciou um jovem alto e magrelo.

_ Ele já foi Glória???
_ Foi sim, Kika. E foi levando nossos celulares. Acho que a opção pela rua tranquila foi pior...
_ Eu é que não me arrisco mais nas ruas dessa cidade maluca! Vamos pegar um ônibus e voltar!

_ Que moço é esse pulando a roleta???
"Isso é um assalto! Passem as carteiras!!!" - gritou um gordo de óculos escuros.

_ Calma Kika, não chora - confortou Glória - Estamos sem relógio, sem celular, sem carteira, mas já descemos do ônibus e não aconteceu nada conosco. O auditório da conferência está bem ali no outro lado da avenida. É só atravessarmos.

"Entra no carro! Entra no carro!" - ordenou um homem barbudo enquanto empurrava as duas garotas.
_ O que é isso moço? O que está acontecendo? - perguntou Glória assustada.
_ Isso??? Não vai me dizer que as dondocas nunca ouviram falar de seqüestro relâmpago?


Escrevi esse mini conto em outubro (2007) para a disciplina de Comunicação e Literatura. O tema proposto era violência urbana.

Como disse, essa é uma historinha criada por mim, mas sabemos que hoje em dia estamos sujeitos a tudo isso. Quem quiser se precaver, há umas dicas super legais no site http://cyberamelia.uol.com.br/cyberlar/violencia_urbana.htm

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Alquimista

Ontem terminei de ler "O Alquimista", um livro do escritor Paulo Coelho.

Críticas à parte, quem me conhece, sabe que gosto desse tipo de assunto e de literatura, portanto sou suspeita para falar. De qualquer forma vale registrar que foi uma leitura leve e agradável. Um bom programa para o meu final de semana. A história fala da busca pessoal de um homem que, para alcançar seu sonho (ou sua lenda pessoal), conhece pessoas diferentes, vive experiências inimagináveis até, finalmente, encontrar-se consigo mesmo.

Ao longo do livro, fui anotando diálogos e reflexões que achava interessante e válidos para a vida de qualquer pessoa.
Transcrevo-os a seguir:


"Devemos estar preparados para as surpresas do tempo." (p.23)
"É justamente a possibilidade de realizar um sonho que torna a vida interessante" (p.26)
"Lenda Pessoal é aquilo que você sempre desejou fazer. Todas as pessoas, no começo da juventude, sabem qual é sua lenda pessoal (...), nesta altura da vida, tudo é claro, tudo é possível, e elas não têm medo de sonhar e desejar tudo aquilo que gostariam de ver em suas vidas. Entretanto, à medida que o tempo vai passando, uma misteriosa força começa a tentar provar que é impossível realizar a lenda pessoal." (p.35)
"Deus escreveu no mundo o caminho que cada homem deve seguir. É só ler o que ele escreveu pra você." (p.41)

"Existe uma linguagem que está além da palavra (p.52). Se eu aprender a decifrar esta linguagem sem palavras, vou conseguir decifrar o mundo." (p. 53)
"Nunca desista dos seus sonhos. Siga os sinais." (p.68)
"MAKTUB! Você precisaria ter nascido árabe para compreender. Mas a tradução seria algo como está escrito (...) Às vezes é impossível deter o rio da vida." (p.63)
"Sentimos medo de perder aquilo que temos, mas este medo passa quando entendemos que nossa história e a história do mundo foram escritas pela mesma mão." (p.80)
"Cada um tem a sua maneira de aprender." (p.101)
"Enquanto estou comendo, não faço nada além de comer. Se estiver caminhando, apenas caminharei (...), porque não vivo no meu passado, nem no meu futuro. Tenho apenas o presente, e ele é o que me interessa. Se você permanecer sempre no presente, então será um homem feliz." (p.102)
"No presente é que está o segredo; se você prestar atenção no presente, poderá melhorá-lo. E se você melhorar o presente, o que acontecerá depois também será melhor." (p.119)
"Deus mostra o futuro raramente e por uma única razão: é um futuro que foi escrito para ser mudado." (p.119)

"Talvez Deus tenha criado o deserto para que o homem pudesse sorrir com as tamareiras". (p.105)
"Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perde qualquer importância e só existe aquele momento e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do sol foram escritas pela mesma mão." (p.112)
"Siga sempre os sinais"(p.118)
"Qualquer coisa na Terra pode contar a história de todas as coisas. Se abrisse um livro em qualquer página, ou olhasse as mãos das pessoas, ou cartas de baralho, ou vôo dos pássaros, ou seja lá o que fosse, qualquer pessoa iria encontrar um laço com a coisa que estava vivendo. Na verdade, não eram as coisas que mostravam nada, eram as pessoas que, olhando para as coisas, descobriam a maneira de penetrar na Alma do Mundo." (p.118)
"A coragem é o dom mais importante para quem busca a Linguagem do Mundo." (p.127)

"O amor nunca impede um homem de seguir sua Lenda Pessoal. Quando isto acontece, é porque não era verdadeiro Amor, aquele que fala a Linguagem do Mundo." (p.135)
"Se o que você encontrou é feito de matéria pura, jamais apodrecerá, e você poderá voltar um dia. Se foi apenas um momento de luz, como a explosão de uma estrela, então não vai encontrar nada quando voltar. Mas terá visto uma explosão de luz. E só isto já valeu a pena ." (p.139)
"Os sábios entenderam que este mundo natural é apenas uma imagem e uma cópia do Paraíso. A simples existência deste mundo é a garantia de que existe um mundo mais perfeito que ele. Deus criou para que, através das coisas visíveis, os homens pudessem compreender seus ensinamentos espirituais e as maravilhas da sabedoria." (p.141)
"Escute seu coração. Ele conhece todas as coisas, porque veio da Alma do Mundo, e um dia retornará para ela." (p.141)
"Ninguém consegue fugir do coração. Por isso é melhor escutar o que ele fala. Para que jamais venha um golpe que você não espera." (p.143)
"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento." (p.143)
"Sempre antes de realizar um sonho, a Alma do mundo resolve testar tudo aquilo que foi aprendio durante a caminhada. Ela faz isso não porque seja má, mas para que possamos, junto com nosso snho, conquistar também as lições que aprendemos seguindo em direção a ele. É o momento em que a maior parte das pessoas desiste. É o que chamaos, em linguagem do deserto, de morrer de sede quando as tamareiras já apareceram no horizonte." (p.145)
"Uma busca começa sempre com a Sorte de Principiante. E termina sempre com a Prova do Conquistador." (p.145)
"Quando temos grandes tesouros diante de nós, nunca percebemos" (p.146)
"Os olhos mostram a força da alma" (p.149)
"Quando uma coisa evolui, evolui também tudo que está a sua volta." (p.150)
"Quem interfere na Lenda Pessoal dos outros, nunca descobrirá a sua." (p.150)
"Quem vive sua Lenda Pessoal, sabe tudo que precisa saber. Só uma coisa torna o sonho impossível: o medo de fracassar." (p.153)

"Somos nós que alimentamos a Alma do Mundo, e a terra onde vivemos será melhor ou pior, se formos melores ou piores."
(...)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Recordações...



Aqui, sentada neste banco de jardim, me pergunto: quanto vale uma vida?

As flores que vejo dir-me-iam que vale a intensidade de um momento perfumado. Os pássaros talvez acrescentariam que a liberdade de um vôo traduz o que de mais valor tem a existência. Não discordo das flores nem dos animais, mas acredito que podemos generalizar: a vida vale o valor que damos a ela...

Nesse sentido, os humanos têm uma pequena vantagem. Conseguimos "colecionar" em nossa memória os instantes mais intensos vividos por nós. Lembro-me, por exemplo, das viagens em família, do meu primeiro beijo, do dia em que passei no vestibular, das fossas da adolescência, do meu casamento, da primeira briga, da promoção no trabalho, do nascimento de cada um dos meus filhos...


E o melhor de tudo é que o resgate de cada uma dessas lembranças nos permite reviver ou sentir, senão extamente, de forma muito semelhante, as sensações experimentadas outrora. Não importa se foram alegres ou não. Acredito que todos momentos são bons na medida em que nos deixam lições.


Hoje, diante da morte que me espera, da doença que dilacera meu corpo, mas não toca meu espírito, não temo. Afinal, os momentos bem vividos nada, nem ninguém, jamais poderão roubar-me.

(Escrevi esse conto para a disciplina de Comunicação e Literatura, mas dedico a certas pessoas queridas que se foram e que deixaram belas lembranças em meu coração)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Asas Partidas


"Os minutos que nos uniram são mais poderosos que os séculos. E a luz que iluminou nossas almas é mais forte que as trevas. Se a tempestade nos separa neste mar encolerizado, a maré alta nos juntará naquela praia tranquila; se a vida nos matar, a morte nos ressuscitará."
Uma vez alguém me disse que o silêncio é um texto fácil de ser lido errado. E hoje, mesmo concordando com esse ditado, chorei. Não por tristeza... Chorei simplesmente por não entender o porquê de certo silêncio. Chorei por me sentir perdida num instante que, embora não passasse de fração de hora, pareceu eterno. Tentei, eu juro, mas não entendi... então me rendi às lágrimas.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

"Corações Sujos"

Ontem terminei a leitura de Corações Sujos, um livro-reportagem, vencedor do Prêmio Jabuti de obra não-ficção do ano de 2001, escrito pelo jornalista Fernando Morais.

Ao fechá-lo me perguntei: Quantos fragmentos (importantes!) da história ignoramos? Até tomar conhecimento da obra, eu não imaginava a dimensão das lutas dentro da comunidade japonesa no Brasil ao final da II Guerra Mundial e sei que provavelmente poucas pessoas conhecem ou conhecerão algum dia.
O fato é que as pesquisas feitas pelo Fernando resgataram parte de uma realidade que, embora bem próxima (aqui no Brasil mesmo, em meados do século XX), infelizmente é desconhecida pela maioria de nós.

Você sabia, por exemplo, que o Brasil já teve um campo de Concentração? (Engana-se quem pensa que isso é exclusividade da Alemanha)
Sabia que os japoneses sofreram grandes humilhações, preconceitos e perseguições no Brasil quando nosso país cortou relações com os três países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), sendo seus súditos proibidos de possuirem rádio, carro, dinheiro e até mesmo falar em japonês?
Você sabia que, pela extrema devoção à nação e ao imperador (que segundo a crença é um ser divino, portanto invencível), grande parte da comunidade japonesa se recusou a acreditar na derrota de seu país, criando versões inacreditáveis para o desfecho da guerra?
Pois é... os japoneses que admitiam publicamente a rendição eram chamados de derrotistas e considerados traidores, tendo suas cabeças colocadas a prêmio. Muitos perderam a vida nas mãos de seus compatriotas. Na época, instalou-se em nosso país uma disputa civil que terminou com um saldo de 23 derrotistas mortos, 147 feridos, 31 mil pessoas presas, 381 denunciadas e 80 expulsas do Brasil.

A reunião desses registros foi resultado de uma grande reportagem, mas imaginem quantas histórias ainda por desvendar?! Quantas versões a se questionar?! Quantos fatos esperando por apuração e divulgação?! Não pense que é o único a conhecer apenas míseras frações da realidade. De certa forma somos condicionados a isso... As escolas se conformam em transmitir o superficial, comentando, por exemplo, situações vividas lá fora, sem, entretanto, aterem-se a detalhes importantes para nossa pátria.
Eu, sinceramente, acredito que essa situação pode mudar. Existem pessoas que lutam por isso... façamos nós, também, a nossa parte.

Quem se interessar pela cultura e pela trajetória dos imigrantes japoneses no Brasil deve ler o livro ao qual me refiro. É de fácil compreensão, traz muitas fotos e documentos históricos e é fácil de encontrar... Bibliotecas públicas, por exemplo, normalmente possuem mais de um exemplar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Para refletir no "Dia dos Mortos"...

Poema do Imortalista
Alziro Zarur

Dois de novembro é um dia, na verdade,
Rico em lições para quem sabe ver:
A maior ilusão é a realidade,
Já ensinava o excelente Paul Gibier

Os vivos (pseudovivos) levam flores
E lágrimas aos mortos (pseudomortos);
E os mortos se comovem ante as dores
Dos vivos a trilhar caminhos tortos.

Legítimos defuntos, na ignorância
Desses espirituais, magnos assuntos,
Parece que ainda estão em plena infância,
E vão homenagear falsos defuntos.

Não é preciso ser muito sagaz
Para sentir que a vida tem seus portos:
Um dia, o Cristo disse a um bom rapaz
"Que os mortos enterrassem os seus mortos".
Amigos, por favor, não suponhais
Que a morte seja o fim de nossa vida;
A vida continua, não jungida
Aos círculos das rotas celestiais.

Os mortos não estão aí, cativos
Nos túmulos que tendes entre vós:
Os finados, agora, são os vivos;
Finados, mais ou menos, somos nós.


(Esse poema faz parte da produção literária de Alziro Zarur, reunida por Paiva Netto em "O Livro de Deus - A Saga de Alziro Zarur)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Encontro com a MPB

Hoje aconteceu o último encontro do mini curso sobre Música Popular Brasileira, do qual participei na faculdade...

Foram aproximadamente 2 meses conhecendo um pouco mais sobre a cultura do nosso país já que, como o condutor dos encontros, Lauro Meller, sempre lembrava: é impossível estudar música popular sem estudar o contexto histórico. Sem conhecer os bastidores do processo.
Adorei a oportunidade! São raras ocasiões assim, pois geralmente a vertente que se estuda em cursos superiores de música é a erudita européia.

Pelo o que sei, especialmente na fase anterior ao advento da gravação, muita produção foi perdida. Algumas obras eruditas foram preservadas através de partituras... mas onde estarão as obras populares? Possivelmente muitas morreram com nossos ancestrais.

Comentarei aqui um pouquinho do conteúdo do curso:
Começamos falando sobre o registro das primeiras composições brasileiras. Refiro-me às Modinhas do Brasil, compostas por Domingos Caldas Barbosa. Para quem não conhece, eram composições bem curtas, geralmente com temas de desilusão amorosa, com ou sem humor. Tinha tanto uma vertente aristrocrática, quanto uma mais popular. Nesta mesma época, tínhamos a lundu (espécie de dança afro-brasileiro na qual dava-se uma "umbigada").
Comentamos também sobre a "febre" de piano ocorrida após chegada da Família Real ao Brasil. A cidade do RJ logo recebeu o apelido de "pianópolis". Foi nessa época que surgiram nomes como Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth.
Pouco depois nascia o "choro". Era um gênero instrumental originado da classe média, que inicialmente enfatizava solistas de instrumentos de sopro, principalmente a flauta. O gênero foi finalmente definido por Pixinguinha. E seu maior diferencial era o improviso.
Os próximos encontros falaram sobre o samba. Conhecemos um pouco mais sobre a vida e o estilo de sambistas como Cartola e Noel Rosa. O forte de Noel eram as crônicas sobre o cotidiano, muitas vezes com humor e ironia. Cartola, por sua vez, com uma vida difícil, vendia sambas para grandes cantores, mas só gravou seu primeiro disco aos 65 anos.

Falamos um pouco sobre a escola do violão, sobre a música caipira de raiz (que não se prendem a determinado espaço cronológico) e chegamos na "Era do Rádio", caracterizada por arranjos elaborados e temas de desilusão amorosa.
Sobre essa fase é interessante observar que quase toda apresentação musical era ao vivo (diferente de hoje, quando um simples 'clique' coloca a gravação no ar) e contavam com uma incrível infra-estrutura das emissoras. Algumas mantinham orquestras inteiras e espaços para programas de auditório. Como nessa época (até 1927) as gravações eram mecânicas, os cantores profissionais tinham vozes potentes, com destaque para Vicente Celestino.
O surgimento do microfone, de certa forma, democratizou o canto. Foi após esse período que nasceu a Bossa Nova. Era um momento de grande ruptura estética, tanto no que tange a interpretação, quanto os temas.

Antes de continuarmos a falar sobre a Bossa, é importante nos lembrarmos de expoentes da música que estão fora do eixo RIO-SP, a exemplo de Luiz Gonzaga (criador do bailão), Jackson do Pandeiro (o rei do rítmo) e Dorival Caymmi, com suas canções praieiras.
Voltando à Bossa Nova, era um movimento de jovens universitários (classe média). Buscavam uma nova forma de tocar o samba. Trata-se de um gênero muito preocupado com a harmonia, sendo composto por harmonia + batida + letra. João Gilberto, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Roberto Menescal, Carlos Lira e Nara Leão (que era uma das musas do estilo) são os principais destaques.
Vimos, na continuidade, a rivaliade entre as canções engajadas da "Era dos festivais", e a "Jovem Guarda". Em plena ditadura, os adeptos do primeiro estilo acusavam estes de alienados.
Caetano Veloso e Gilberto Gil foram dois dos principais responsáveis pela unificação dos estilos rivais ao introduzirem a "Tropicália". Esse movimento mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira com inovações estéticas radicais. Abriu fronteiras e rompeu hierarquias.
Passeamos também pelo "Clube da Esquina", com sua poética do movimento... do deslocamento. Em todas suas canções, há a sensação de deslocamento, de fuga. Fazem da música uma obra de arte, sem, entretanto, perder seu valor político (subtendido). Fizeram muito uso de metáforas e trouxeram uma significativa variedade musical. Têm certa afinidade com a identidade latino americana. Um grande expoente desse grupo é Milton Nascimento.
E, ao final, conversamos sobre Chico Buarque, que, vindo de uma família de intelectuais, também ditou tendências. Embora seja sambista, não se prendia a clichês, promovendo uma grande variedade dentro do gênero e uma originalidade inusitada. Dentre suas vertentes destacamos o "eu lírico femino", o "engajamento", a "originalidade" e o humor das crônicas cotidianas. Dizem as más línguas que "ele funciona sob repressão", já que grandes de suas obras foram compostas na época da ditadura militar no Brasil.
Todas essas informações (e muitas outras) foram acompanhadas por demonstrações em áudio e vídeo, apresentados no auditório da PUC MINAS.
Lauro Meeler, quem ministrou o curso, apresentou sua dissertação de mestrado sobre o tema Tropicália Panis et Circensis e Sgt. Pepper, dos Beatles e nos disponibilizou diversos materiais. Se alguém estiver interessado, posso encaminhar.

Ele adiantou, inclusive, que já existem planos para um novo mini curso no próximo semestre. A proposta inicial é "História do Rock e Indústria Cultural: reflexões", que conheceremos desde as suas raízes, no blues, chegando até a década de 1970.

Quem estiver em BH na época, vale a pena conferir. Geralmente os encontros acontecem no intervalo do almoço (com duração de 1 hora) duas vezes por semana, são abertos ao público e dão direito a certificado.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Poema do Breve Exílio - Alziro Zarur*

"Quem foi que disse
que me conhece?
Certamente foi alguém
que também não se conhece.
Meu passo é lento
e, entretanto, eu sou veloz
como um pássaro na altura.
Meu olhar é restrito
e, entretanto, eu vejo além
de planetas e de estrelas,
como um telescópio vivo.
Tenho saudade da Pátria Etérea,
porque lá é que eu sou Eu,
sem chumbo nos pés,
sem areia nos olhos.
Estou aqui de passagem,
por pouco tempo,
e ninguém sabe.
Quem foi que disse
que me conhece?

Irmãos,
eu vos estranho,
e até me estranho entre vós.
Sabeis quem sou?
É claro que não sabeis.
Tão cedo não sabereis
nem, ao menos, quem sois vós.
Vossa terra é grosseira,
vosso corpo é um sudário.
Como é que podeis amar
o vosso amor de excrescências?
Pois não conheceis o Amor,
sem calos nas mãos,
sem espinhas no rosto,
sem dentes cariados,
sem nervos nem ciúmes,
sem palavras de mau hálito.
Um dia,
conhecereis o Amor
sem moléstias venéreas.

Quem foi que disse
que me conhece?
Nem meu pai,
nem minha mãe,
nem meus irmãos,
nem parentes nem vizinhos,
nem psicólogos de esquina.
Talvez Alguém
de outros tempos,
de outras esferas
do Espaço Infinito,
talvez.

Estou exilado entre vós,
até um dia,
que só Deus sabe.
Estou aqui de passagem,
por pouco tempo,
e ninguém sabe.
Quem foi que disse
que me conhece?
Nem eu me conheço mais,
na vossa terra grosseira,
eu que tenho 2000 anos
já feitos e bem vividos.

Estas não são minhas faces,
não são estas minhas mãos,
meu corpo não é assim.
Eu me lembro
do que sou na realidade,
não é nada disto aqui
que vós todos abraçais.
Nem minha voz é a voz
que o microfone transmite,
em ondas curtas e médias.
Quem foi que disse
que me conhece?
E a quem poderei amar?
Vosso amor é algo torpe,
algo grotesco,
não é Amor.

Ah! Agora me lembro bem
que desci por pouco tempo,
exilado na missão
de vos dizer algo mais
da Pátria Étérea que habito.
Alegrai-vos, irmãos puros,
porque vos conduzirão
à Terra da Promissão,
que Deus fez só para os bons.
Mas, até lá, eu me estranho,
e não me conheço mais,
eu que tenho 2000 anos
já feitos e bem vividos.

Quem foi que disse
que me conhece?
Certamente foi alguém
que também não se conhece."


(Esse poema encontra-se na página 287 do Livro de Deus - A Saga de Alziro Zarur, escrito por Paiva Netto)


* Alziro Abrahão Elias David Zarur (19141979) foi jornalista, radialista, poeta e escritor. Participou da chamada "Era de Ouro" do rádio brasileiro.
Possuía uma voz impressionante, além de inteligência e conhecimento que lhe permitiram grande destaque. Em
1949, estreou um programa religioso na Rádio Globo, gênero que não havia praticado até então.
Em
1950, fundou a Legião da Boa Vontade (LBV), com objetivos de promover o diálogo inter-religioso.
O que eu digo sobre ele?
Ah... com certeza um homem muito à frente do seu tempo...

TBV

Nesse final de semana estive em Brasília e não posso deixar de registrar minha viagem...

Fui ao Templo da Boa Vontade. Para quem ainda não conhece, farei uma breve descrição:
Trata-se de um local místico, composto por ambientes que transformam-no em um complexo cultural, artístico, religioso, que não perde sua principal função: ser um espaço destinado à meditação e ao recolhimento. Por isso, é também conhecido como Templo do Ecumenismo Irrestrito.
Suas portas estão abertas dia e noite, ininterruptamente e, segundo dados da Secretaria de Turismo, é o monumento mais visitado da capital federal. Anualmente, mais de um milhão de peregrinos e turistas do país e do exterior passam pelo local.

Eu, particulamente, tenho um fascínio especial pela Sala Egípcia...





... e pela Nave (interior da pirâmide de 7 faces, cujo topo abriga uma pedra de cristal puro, com aproximadamente 21 quilos).
Todos os anos vou até lá renovar minhas energias. É mágico! É único! E é de todos nós!
Tenho boas lembranças de lá... Momentos que ficaram profundamente registrados em minha alma. Mas isso fica para outro post ;)
Para quem quiser saber mais ou fazer uma visitinha virtual, pode acessar o site oficial: www.tbv.com.br
Vale a pena!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Entrelinhas

Há pessoas que entram em nossa vida de tal maneira que nossos destinos são mudados drasticamente...

Talvez nunca mais sejamos os mesmos. Talvez não queiramos mais sermos os mesmos.

As que conseguem acrescentar algo de bom, serão sempre lembradas com carinho. E, por mais distantes que por algum motivam estejam, nossos corações vibrarão numa frequência especial quando simplesmente pensarmos nelas, pois é como se conosco trouxéssemos parte de sua essência...

O reencontro com essas pessoas? Nem precisa descrever, né?

A você, que de alguma forma faz diferença em minha vida, o meu muito obrigado.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Aborto? Como assim?


Hoje realizamos uma enquete no Campus da universidade. "Você é contra ou a favor à legalização do aborto? Por que?", era a pergunta.
Acima da opinião contrária ou não, o que mais impressionou foi a desinformação quanto a um assunto que afeta diretamente a vida de tantas mulheres e bebês.
Muitos defendiam a legalização do ato única e exclusivamente em caso de gravidez por estupro ou de má formação do feto. (Mas isso já não consta na legislação brasileira?)
Vamos, pois, tentar esclarecer: "A legislação brasileira relativa ao aborto já tem alguns pontos estabelecidos. Atualmente o procedimento é permitido em duas situações: risco de vida para a mãe e gravidez resultante de estupro. Uma terceira possibilidade se refere a casos de anomalias fetais incompatíveis com a vida. Podendo esta, contudo, ser realizada apenas após a expedição de um alvará judicial autorizando a mulher a interromper a gravidez.
Para qualquer outra circunstância o aborto é considerado crime".
(GUILHEM D. 2004. Aborto: legalidade, moralidades, dignidade. Secretaria de Comunicação - SECOM - UNB Disponível em http://www.secom.unb.br/artigos/at0404-01.htm , acesso em 25/10/2007)

É a última questão, portanto, o foco do debate. O aborto deve ser legalizado nessas “outras circunstâncias”?

O problema é que as pessoas até sabem que existe a discussão, mas não sabem o que exatamente está se discutindo. E isso se agrava quando, por exemplo, essas mesmas pessoas são chamadas a decidir o futuro do país em um plebiscito ou em uma eleição. Fazem suas escolhas irrefletidamente, embasadas apenas no senso comum.
De quem é a culpa? Erramos quando nos desinteressamos. Deveríamos iniciar uma busca pessoal e eterna pela compreensão do que acontece à nossa volta. Mas não somos os únicos culpados. Os veículos de comunicação e o Governo deveriam promover debates mais abrangentes (sobre diversos assuntos), ultrapassando as redomas do mundo intelectual, rumando às massas, para que, então, cada brasileiro tenha capacidade de (por si só) formular uma opinião.

Particularmente, sou contra a legalização desse ato. Um artigo denominado "O Direito Constitucional do Feto", escrito pelo jornalista Paiva Netto, expressa bem o que penso a respeito. Quem quiser, pode acessá-lo pelo link http://www.paivanetto.com.br/interno/interno.php?sp=144106&ci=1&cs=3.
Que a sociedade saiba identificar o melhor caminho...

E você? Já pensou sobre o assunto?

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O que aconteceu mesmo?

Nesta semana estávamos exercitando a escrita de crônica na faculdade (Só para lembrar, crônica é um gênero literário produzido para ser veiculado na imprensa. Provavelmente é o estilo que mais aproxima jornalismo e literatura, e nada mais é do que um comentário breve sobre algum fato).

Deveríamos nos inspirar em alguma nota recentemente veículada no jornal. Tema? Violência.

A minha noticiava um assassinato ocorrido em Montes Claros/Norte de Minas. Ainda não se sabia o motivo do crime, mas o jovem havia levado 5 tiros nas costas quando saía de uma mesa de bar com a namorada. Os assassinos (dois homens que fugiram de moto) ainda não haviam sido identificados.

Foi quando "caiu a ficha": Aquilo havia acontecido de verdade!!
O que para mim e meus colegas era um tema para a crônica, havia ocorrido de verdade! Com pessoas como eu, como você!

Quem era esse jovem? Como era? Do que gostava? Como estariam os familiares agora? A namorada? O que deveria estar sentindo?
Meu coração sentiu um vazio enorme pela falta de respostas...

Quantas vezes vemos acontecimentos como esse sem nos darmos conta de que poderiam ter sido conosco? E o que estaríamos sentindo agora se assim fosse?
Acostumamo-nos a ver as pessoas como números. "Morreram 10!" " 50 foram atingidos!"
Elas não são números nem estatísticas... são seres humanos! Têm uma história!

Isso me faz lembrar de um conto sobre o qual fiquei refletindo por um bom tempo...
Transcreverei a seguir:



Uma Vela para Dario
Dalton Trevisan



Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.
Ele reclinou-se mais um pouco, estendido agora na calçada, e o cachimbo tinha apagado. O rapaz de bigode pediu aos outros que se afastassem e o deixassem respirar. Abriu-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe retiraram os sapatos, Dario roncou feio e bolhas de espuma surgiram no canto da boca.
Cada pessoa que chegava erguia-se na ponta dos pés, embora não o pudesse ver. Os moradores da rua conversavam de uma porta à outra, as crianças foram despertadas e de pijama acudiram à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda a fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado.
A velhinha de cabeça grisalha gritou que ele estava morrendo. Um grupo o arrastou para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protestou o motorista: quem pagaria a corrida? Concordaram chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado á parede - não tinha os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informou da farmácia na outra rua. Não carregaram Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito pesado. Foi largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobriu o rosto, sem que fizesse um gesto para espantá-las.
Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.
Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os papéis, retirados - com vários objetos - de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficaram sabendo do nome, idade; sinal de nascença. O endereço na carteira era de outra cidade.
Registrou-se correria de mais de duzentos curiosos que, a essa hora, ocupavam toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu a multidão. Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo — os bolsos vazios. Restava a aliança de ouro na mão esquerda, que ele próprio quando vivo - só podia destacar umedecida com sabonete. Ficou decidido que o caso era com o rabecão.
A última boca repetiu — Ele morreu, ele morreu. A gente começou a se dispersar. Dario levara duas horas para morrer, ninguém acreditou que estivesse no fim. Agora, aos que podiam vê-lo, tinha todo o ar de um defunto.
Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe sustentar a cabeça. Cruzou as suas mãos no peito. Não pôde fechar os olhos nem a boca, onde a espuma tinha desaparecido. Apenas um homem morto e a multidão se espalhou, as mesas do café ficaram vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver. Parecia morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva.
Fecharam-se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e apagou-se às primeiras gotas da chuva, que voltava a cair.

(Texto extraído do livro "Vinte Contos Menores", Editora Record – Rio de Janeiro, 1979, pág.20.
Este texto faz parte dos 100 melhores contos brasileiros do século, seleção de Ítalo Moriconi para a Editora Objetiva.)



Até quando suportaremos a indiferença, a insensibilidade, a reificação, ou, o que talvez seja pior, a espetacularização da tragédia?

Pensemos nisso...

VICE-PREFEITO FALA SOBRE CORRUPÇÃO NA POLÍTICA


Por Sabrina Martins


O vice-prefeito de Belo Horizonte, Ronaldo Vasconcellos (PV), fez duras críticas ao atual sistema político brasileiro, durante encontro com estudantes de jornalismo da PUC Minas, no último dia 28, sexta-feira.

Perguntado se já havia sofrido alguma tentativa de suborno, Ronaldo (foto)demonstrou quão comum se tornou esse tipo de prática ao alegar que já foi abordado algumas vezes, inclusive no dia anterior à palestra. Confirmou a existência de muitos políticos desonestos, mentirosos, preguiçosos e descompromissados com quaisquer causas, fazendo do mandato público apenas mais uma fonte de renda. Ainda segundo o ex-deputado federal, é preciso ter “jogo de cintura” para conviver em um meio tão dividido.

O vice-prefeito, que também é apresentador do Programa Ecologia e Cidadania (pelo Canal 13 e pela Band News FM), alega que a sociedade desinformada e pouco participativa, ao eleger representantes sem idéias claras ou projetos concretos, é uma das responsáveis pelo agravamento da situação. Outro fator, determinante segundo ele, é a “multipartidarização” ocorrida nos últimos anos, que tem permitido a entrada de pessoas cada vez mais leigas na máquina pública, com pouco ou nenhum valor moral, filiadas a partidos cada vez menos estruturados e com objetivos vagos. Ronaldo Vasconcellos defende uma redução drástica no número de partidos e um investimento maior na formação de lideranças e discussões temáticas entre os membros partidários.

Sobre o caso Renan, o vice-prefeito se posicionou favorável ao fim do voto secreto, mas não se manifestou claramente em relação à absolvição do senador. Na ocasião, Ronaldo anunciou, ainda, sua intenção de candidatura à prefeitura de Belo Horizonte nas eleições de 2008.


(Minha primeira matéria escrita na faculdade - set/2007)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Para alguém especial...



Hoje é aniversário de uma pessoa muito especial para mim.
Infelizmente ela está longe agora, mas se por ventura visitar meu blog, saberá que não a esqueci.
Sempre temos alguém com quem podemos contar, rir ou chorar, falar de nós, filosofar sobre a vida... Essa pessoa (que sabe bem de quem falo) é uma delas.
A você, que há 6 anos entrou em minha vida trazendo uma certa magia, meu muito obrigado por fazer tanta diferença!!!
Que Deus esteja em você!
E... um feliz aniversário!!!

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Por que ter um blog?



Na verdade nunca tive vontade de criar um blog ou site pessoal.
As coisas começaram a mudar depois que assisti a uma palestra na faculdade...
O tema era "Política e comunicação: democratização dos meios", com a participação do Editor da Revista Fórum, Renato Rovai e do Secretário Geral do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), José Guilherme.
Falou-se da "nova era" aberta pelo advento da internet, da importância da diversidade informativa que ela propicia, com diferentes abordagens, e defendeu-se a comunicação como um direito humano.
Entretanto, o que mais me marcou e trouxe a idéia do blog foi uma das falas de Renato (da foto). Ele disse mais ou menos isso:

"Façam a diferença. Nunca como agora tivemos a oportunidade de nos tornamos mais do que simples espectadores. Podemos ser produtores de Comunicação. A internet propicia isso. O mundo não é estático, para ser assistido. Nós o construimos. Portanto, movam-se e assumam a responsabilidade! Vocês, estudantes de Comunicação (reforço que a palestra aconteceu para alunos da PUC-MINAS), têm por obrigação oferecer conteúdo diversificado e de qualidade. Usem todas as ferramentas disponíveis para isso."

Muita gente já entendeu isso, inclusive grandes profissionais do jornalismo. Como aspirante a jornalista, tentarei fazer isso nesse espaço. Quero disponibilizar aqui não só a diversidade de conhecimento a qual tiver acesso na academia, mas compartilhar também situações e questionamentos pelos quais vier a passar como uma jovem a descobrir o mundo. Afinal, somos humanos! Uma mistura de razão e emoção que dá um tempero especial à vida!
Quem sabe um dia conseguiremos "fazer a diferença"?