segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Recordações...



Aqui, sentada neste banco de jardim, me pergunto: quanto vale uma vida?

As flores que vejo dir-me-iam que vale a intensidade de um momento perfumado. Os pássaros talvez acrescentariam que a liberdade de um vôo traduz o que de mais valor tem a existência. Não discordo das flores nem dos animais, mas acredito que podemos generalizar: a vida vale o valor que damos a ela...

Nesse sentido, os humanos têm uma pequena vantagem. Conseguimos "colecionar" em nossa memória os instantes mais intensos vividos por nós. Lembro-me, por exemplo, das viagens em família, do meu primeiro beijo, do dia em que passei no vestibular, das fossas da adolescência, do meu casamento, da primeira briga, da promoção no trabalho, do nascimento de cada um dos meus filhos...


E o melhor de tudo é que o resgate de cada uma dessas lembranças nos permite reviver ou sentir, senão extamente, de forma muito semelhante, as sensações experimentadas outrora. Não importa se foram alegres ou não. Acredito que todos momentos são bons na medida em que nos deixam lições.


Hoje, diante da morte que me espera, da doença que dilacera meu corpo, mas não toca meu espírito, não temo. Afinal, os momentos bem vividos nada, nem ninguém, jamais poderão roubar-me.

(Escrevi esse conto para a disciplina de Comunicação e Literatura, mas dedico a certas pessoas queridas que se foram e que deixaram belas lembranças em meu coração)

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