quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Mãos ao alto!!!

"O salão da conferência só abre após as 16 horas. Sinto muito."

_Você ouviu a moça, Kika. Vamos, a gente volta depois. É bom que aproveitamos para conhecer a cidade.
_ Será Glória? Dizem que aqui é tão perigoso...
_ Não seja por isso. Vamos passeando pela rua movimentada, ora!

"Ops! Desculpa... Ai meu Pé!!!! Ouuu!!!! Volta aqui com meu relógio moleque!!!!!!"


_ Acho que a rua movimentada não foi uma boa escolha, né Kika? Vamos pegar uma rua mais tranquila desta vez.

"Caladinhas senão eu estouro os miolos. Passa o celular e não adianta gritar, pois aqui não tem ninguém para ouvir!" - anunciou um jovem alto e magrelo.

_ Ele já foi Glória???
_ Foi sim, Kika. E foi levando nossos celulares. Acho que a opção pela rua tranquila foi pior...
_ Eu é que não me arrisco mais nas ruas dessa cidade maluca! Vamos pegar um ônibus e voltar!

_ Que moço é esse pulando a roleta???
"Isso é um assalto! Passem as carteiras!!!" - gritou um gordo de óculos escuros.

_ Calma Kika, não chora - confortou Glória - Estamos sem relógio, sem celular, sem carteira, mas já descemos do ônibus e não aconteceu nada conosco. O auditório da conferência está bem ali no outro lado da avenida. É só atravessarmos.

"Entra no carro! Entra no carro!" - ordenou um homem barbudo enquanto empurrava as duas garotas.
_ O que é isso moço? O que está acontecendo? - perguntou Glória assustada.
_ Isso??? Não vai me dizer que as dondocas nunca ouviram falar de seqüestro relâmpago?


Escrevi esse mini conto em outubro (2007) para a disciplina de Comunicação e Literatura. O tema proposto era violência urbana.

Como disse, essa é uma historinha criada por mim, mas sabemos que hoje em dia estamos sujeitos a tudo isso. Quem quiser se precaver, há umas dicas super legais no site http://cyberamelia.uol.com.br/cyberlar/violencia_urbana.htm

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O Alquimista

Ontem terminei de ler "O Alquimista", um livro do escritor Paulo Coelho.

Críticas à parte, quem me conhece, sabe que gosto desse tipo de assunto e de literatura, portanto sou suspeita para falar. De qualquer forma vale registrar que foi uma leitura leve e agradável. Um bom programa para o meu final de semana. A história fala da busca pessoal de um homem que, para alcançar seu sonho (ou sua lenda pessoal), conhece pessoas diferentes, vive experiências inimagináveis até, finalmente, encontrar-se consigo mesmo.

Ao longo do livro, fui anotando diálogos e reflexões que achava interessante e válidos para a vida de qualquer pessoa.
Transcrevo-os a seguir:


"Devemos estar preparados para as surpresas do tempo." (p.23)
"É justamente a possibilidade de realizar um sonho que torna a vida interessante" (p.26)
"Lenda Pessoal é aquilo que você sempre desejou fazer. Todas as pessoas, no começo da juventude, sabem qual é sua lenda pessoal (...), nesta altura da vida, tudo é claro, tudo é possível, e elas não têm medo de sonhar e desejar tudo aquilo que gostariam de ver em suas vidas. Entretanto, à medida que o tempo vai passando, uma misteriosa força começa a tentar provar que é impossível realizar a lenda pessoal." (p.35)
"Deus escreveu no mundo o caminho que cada homem deve seguir. É só ler o que ele escreveu pra você." (p.41)

"Existe uma linguagem que está além da palavra (p.52). Se eu aprender a decifrar esta linguagem sem palavras, vou conseguir decifrar o mundo." (p. 53)
"Nunca desista dos seus sonhos. Siga os sinais." (p.68)
"MAKTUB! Você precisaria ter nascido árabe para compreender. Mas a tradução seria algo como está escrito (...) Às vezes é impossível deter o rio da vida." (p.63)
"Sentimos medo de perder aquilo que temos, mas este medo passa quando entendemos que nossa história e a história do mundo foram escritas pela mesma mão." (p.80)
"Cada um tem a sua maneira de aprender." (p.101)
"Enquanto estou comendo, não faço nada além de comer. Se estiver caminhando, apenas caminharei (...), porque não vivo no meu passado, nem no meu futuro. Tenho apenas o presente, e ele é o que me interessa. Se você permanecer sempre no presente, então será um homem feliz." (p.102)
"No presente é que está o segredo; se você prestar atenção no presente, poderá melhorá-lo. E se você melhorar o presente, o que acontecerá depois também será melhor." (p.119)
"Deus mostra o futuro raramente e por uma única razão: é um futuro que foi escrito para ser mudado." (p.119)

"Talvez Deus tenha criado o deserto para que o homem pudesse sorrir com as tamareiras". (p.105)
"Sempre existe no mundo uma pessoa que espera a outra, seja no meio de um deserto, seja no meio das grandes cidades. E quando estas pessoas se cruzam, e seus olhos se encontram, todo o passado e todo o futuro perde qualquer importância e só existe aquele momento e aquela certeza incrível de que todas as coisas debaixo do sol foram escritas pela mesma mão." (p.112)
"Siga sempre os sinais"(p.118)
"Qualquer coisa na Terra pode contar a história de todas as coisas. Se abrisse um livro em qualquer página, ou olhasse as mãos das pessoas, ou cartas de baralho, ou vôo dos pássaros, ou seja lá o que fosse, qualquer pessoa iria encontrar um laço com a coisa que estava vivendo. Na verdade, não eram as coisas que mostravam nada, eram as pessoas que, olhando para as coisas, descobriam a maneira de penetrar na Alma do Mundo." (p.118)
"A coragem é o dom mais importante para quem busca a Linguagem do Mundo." (p.127)

"O amor nunca impede um homem de seguir sua Lenda Pessoal. Quando isto acontece, é porque não era verdadeiro Amor, aquele que fala a Linguagem do Mundo." (p.135)
"Se o que você encontrou é feito de matéria pura, jamais apodrecerá, e você poderá voltar um dia. Se foi apenas um momento de luz, como a explosão de uma estrela, então não vai encontrar nada quando voltar. Mas terá visto uma explosão de luz. E só isto já valeu a pena ." (p.139)
"Os sábios entenderam que este mundo natural é apenas uma imagem e uma cópia do Paraíso. A simples existência deste mundo é a garantia de que existe um mundo mais perfeito que ele. Deus criou para que, através das coisas visíveis, os homens pudessem compreender seus ensinamentos espirituais e as maravilhas da sabedoria." (p.141)
"Escute seu coração. Ele conhece todas as coisas, porque veio da Alma do Mundo, e um dia retornará para ela." (p.141)
"Ninguém consegue fugir do coração. Por isso é melhor escutar o que ele fala. Para que jamais venha um golpe que você não espera." (p.143)
"O medo de sofrer é pior do que o próprio sofrimento." (p.143)
"Sempre antes de realizar um sonho, a Alma do mundo resolve testar tudo aquilo que foi aprendio durante a caminhada. Ela faz isso não porque seja má, mas para que possamos, junto com nosso snho, conquistar também as lições que aprendemos seguindo em direção a ele. É o momento em que a maior parte das pessoas desiste. É o que chamaos, em linguagem do deserto, de morrer de sede quando as tamareiras já apareceram no horizonte." (p.145)
"Uma busca começa sempre com a Sorte de Principiante. E termina sempre com a Prova do Conquistador." (p.145)
"Quando temos grandes tesouros diante de nós, nunca percebemos" (p.146)
"Os olhos mostram a força da alma" (p.149)
"Quando uma coisa evolui, evolui também tudo que está a sua volta." (p.150)
"Quem interfere na Lenda Pessoal dos outros, nunca descobrirá a sua." (p.150)
"Quem vive sua Lenda Pessoal, sabe tudo que precisa saber. Só uma coisa torna o sonho impossível: o medo de fracassar." (p.153)

"Somos nós que alimentamos a Alma do Mundo, e a terra onde vivemos será melhor ou pior, se formos melores ou piores."
(...)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Recordações...



Aqui, sentada neste banco de jardim, me pergunto: quanto vale uma vida?

As flores que vejo dir-me-iam que vale a intensidade de um momento perfumado. Os pássaros talvez acrescentariam que a liberdade de um vôo traduz o que de mais valor tem a existência. Não discordo das flores nem dos animais, mas acredito que podemos generalizar: a vida vale o valor que damos a ela...

Nesse sentido, os humanos têm uma pequena vantagem. Conseguimos "colecionar" em nossa memória os instantes mais intensos vividos por nós. Lembro-me, por exemplo, das viagens em família, do meu primeiro beijo, do dia em que passei no vestibular, das fossas da adolescência, do meu casamento, da primeira briga, da promoção no trabalho, do nascimento de cada um dos meus filhos...


E o melhor de tudo é que o resgate de cada uma dessas lembranças nos permite reviver ou sentir, senão extamente, de forma muito semelhante, as sensações experimentadas outrora. Não importa se foram alegres ou não. Acredito que todos momentos são bons na medida em que nos deixam lições.


Hoje, diante da morte que me espera, da doença que dilacera meu corpo, mas não toca meu espírito, não temo. Afinal, os momentos bem vividos nada, nem ninguém, jamais poderão roubar-me.

(Escrevi esse conto para a disciplina de Comunicação e Literatura, mas dedico a certas pessoas queridas que se foram e que deixaram belas lembranças em meu coração)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Asas Partidas


"Os minutos que nos uniram são mais poderosos que os séculos. E a luz que iluminou nossas almas é mais forte que as trevas. Se a tempestade nos separa neste mar encolerizado, a maré alta nos juntará naquela praia tranquila; se a vida nos matar, a morte nos ressuscitará."
Uma vez alguém me disse que o silêncio é um texto fácil de ser lido errado. E hoje, mesmo concordando com esse ditado, chorei. Não por tristeza... Chorei simplesmente por não entender o porquê de certo silêncio. Chorei por me sentir perdida num instante que, embora não passasse de fração de hora, pareceu eterno. Tentei, eu juro, mas não entendi... então me rendi às lágrimas.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

"Corações Sujos"

Ontem terminei a leitura de Corações Sujos, um livro-reportagem, vencedor do Prêmio Jabuti de obra não-ficção do ano de 2001, escrito pelo jornalista Fernando Morais.

Ao fechá-lo me perguntei: Quantos fragmentos (importantes!) da história ignoramos? Até tomar conhecimento da obra, eu não imaginava a dimensão das lutas dentro da comunidade japonesa no Brasil ao final da II Guerra Mundial e sei que provavelmente poucas pessoas conhecem ou conhecerão algum dia.
O fato é que as pesquisas feitas pelo Fernando resgataram parte de uma realidade que, embora bem próxima (aqui no Brasil mesmo, em meados do século XX), infelizmente é desconhecida pela maioria de nós.

Você sabia, por exemplo, que o Brasil já teve um campo de Concentração? (Engana-se quem pensa que isso é exclusividade da Alemanha)
Sabia que os japoneses sofreram grandes humilhações, preconceitos e perseguições no Brasil quando nosso país cortou relações com os três países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão), sendo seus súditos proibidos de possuirem rádio, carro, dinheiro e até mesmo falar em japonês?
Você sabia que, pela extrema devoção à nação e ao imperador (que segundo a crença é um ser divino, portanto invencível), grande parte da comunidade japonesa se recusou a acreditar na derrota de seu país, criando versões inacreditáveis para o desfecho da guerra?
Pois é... os japoneses que admitiam publicamente a rendição eram chamados de derrotistas e considerados traidores, tendo suas cabeças colocadas a prêmio. Muitos perderam a vida nas mãos de seus compatriotas. Na época, instalou-se em nosso país uma disputa civil que terminou com um saldo de 23 derrotistas mortos, 147 feridos, 31 mil pessoas presas, 381 denunciadas e 80 expulsas do Brasil.

A reunião desses registros foi resultado de uma grande reportagem, mas imaginem quantas histórias ainda por desvendar?! Quantas versões a se questionar?! Quantos fatos esperando por apuração e divulgação?! Não pense que é o único a conhecer apenas míseras frações da realidade. De certa forma somos condicionados a isso... As escolas se conformam em transmitir o superficial, comentando, por exemplo, situações vividas lá fora, sem, entretanto, aterem-se a detalhes importantes para nossa pátria.
Eu, sinceramente, acredito que essa situação pode mudar. Existem pessoas que lutam por isso... façamos nós, também, a nossa parte.

Quem se interessar pela cultura e pela trajetória dos imigrantes japoneses no Brasil deve ler o livro ao qual me refiro. É de fácil compreensão, traz muitas fotos e documentos históricos e é fácil de encontrar... Bibliotecas públicas, por exemplo, normalmente possuem mais de um exemplar.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Para refletir no "Dia dos Mortos"...

Poema do Imortalista
Alziro Zarur

Dois de novembro é um dia, na verdade,
Rico em lições para quem sabe ver:
A maior ilusão é a realidade,
Já ensinava o excelente Paul Gibier

Os vivos (pseudovivos) levam flores
E lágrimas aos mortos (pseudomortos);
E os mortos se comovem ante as dores
Dos vivos a trilhar caminhos tortos.

Legítimos defuntos, na ignorância
Desses espirituais, magnos assuntos,
Parece que ainda estão em plena infância,
E vão homenagear falsos defuntos.

Não é preciso ser muito sagaz
Para sentir que a vida tem seus portos:
Um dia, o Cristo disse a um bom rapaz
"Que os mortos enterrassem os seus mortos".
Amigos, por favor, não suponhais
Que a morte seja o fim de nossa vida;
A vida continua, não jungida
Aos círculos das rotas celestiais.

Os mortos não estão aí, cativos
Nos túmulos que tendes entre vós:
Os finados, agora, são os vivos;
Finados, mais ou menos, somos nós.


(Esse poema faz parte da produção literária de Alziro Zarur, reunida por Paiva Netto em "O Livro de Deus - A Saga de Alziro Zarur)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Encontro com a MPB

Hoje aconteceu o último encontro do mini curso sobre Música Popular Brasileira, do qual participei na faculdade...

Foram aproximadamente 2 meses conhecendo um pouco mais sobre a cultura do nosso país já que, como o condutor dos encontros, Lauro Meller, sempre lembrava: é impossível estudar música popular sem estudar o contexto histórico. Sem conhecer os bastidores do processo.
Adorei a oportunidade! São raras ocasiões assim, pois geralmente a vertente que se estuda em cursos superiores de música é a erudita européia.

Pelo o que sei, especialmente na fase anterior ao advento da gravação, muita produção foi perdida. Algumas obras eruditas foram preservadas através de partituras... mas onde estarão as obras populares? Possivelmente muitas morreram com nossos ancestrais.

Comentarei aqui um pouquinho do conteúdo do curso:
Começamos falando sobre o registro das primeiras composições brasileiras. Refiro-me às Modinhas do Brasil, compostas por Domingos Caldas Barbosa. Para quem não conhece, eram composições bem curtas, geralmente com temas de desilusão amorosa, com ou sem humor. Tinha tanto uma vertente aristrocrática, quanto uma mais popular. Nesta mesma época, tínhamos a lundu (espécie de dança afro-brasileiro na qual dava-se uma "umbigada").
Comentamos também sobre a "febre" de piano ocorrida após chegada da Família Real ao Brasil. A cidade do RJ logo recebeu o apelido de "pianópolis". Foi nessa época que surgiram nomes como Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth.
Pouco depois nascia o "choro". Era um gênero instrumental originado da classe média, que inicialmente enfatizava solistas de instrumentos de sopro, principalmente a flauta. O gênero foi finalmente definido por Pixinguinha. E seu maior diferencial era o improviso.
Os próximos encontros falaram sobre o samba. Conhecemos um pouco mais sobre a vida e o estilo de sambistas como Cartola e Noel Rosa. O forte de Noel eram as crônicas sobre o cotidiano, muitas vezes com humor e ironia. Cartola, por sua vez, com uma vida difícil, vendia sambas para grandes cantores, mas só gravou seu primeiro disco aos 65 anos.

Falamos um pouco sobre a escola do violão, sobre a música caipira de raiz (que não se prendem a determinado espaço cronológico) e chegamos na "Era do Rádio", caracterizada por arranjos elaborados e temas de desilusão amorosa.
Sobre essa fase é interessante observar que quase toda apresentação musical era ao vivo (diferente de hoje, quando um simples 'clique' coloca a gravação no ar) e contavam com uma incrível infra-estrutura das emissoras. Algumas mantinham orquestras inteiras e espaços para programas de auditório. Como nessa época (até 1927) as gravações eram mecânicas, os cantores profissionais tinham vozes potentes, com destaque para Vicente Celestino.
O surgimento do microfone, de certa forma, democratizou o canto. Foi após esse período que nasceu a Bossa Nova. Era um momento de grande ruptura estética, tanto no que tange a interpretação, quanto os temas.

Antes de continuarmos a falar sobre a Bossa, é importante nos lembrarmos de expoentes da música que estão fora do eixo RIO-SP, a exemplo de Luiz Gonzaga (criador do bailão), Jackson do Pandeiro (o rei do rítmo) e Dorival Caymmi, com suas canções praieiras.
Voltando à Bossa Nova, era um movimento de jovens universitários (classe média). Buscavam uma nova forma de tocar o samba. Trata-se de um gênero muito preocupado com a harmonia, sendo composto por harmonia + batida + letra. João Gilberto, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Roberto Menescal, Carlos Lira e Nara Leão (que era uma das musas do estilo) são os principais destaques.
Vimos, na continuidade, a rivaliade entre as canções engajadas da "Era dos festivais", e a "Jovem Guarda". Em plena ditadura, os adeptos do primeiro estilo acusavam estes de alienados.
Caetano Veloso e Gilberto Gil foram dois dos principais responsáveis pela unificação dos estilos rivais ao introduzirem a "Tropicália". Esse movimento mesclou manifestações tradicionais da cultura brasileira com inovações estéticas radicais. Abriu fronteiras e rompeu hierarquias.
Passeamos também pelo "Clube da Esquina", com sua poética do movimento... do deslocamento. Em todas suas canções, há a sensação de deslocamento, de fuga. Fazem da música uma obra de arte, sem, entretanto, perder seu valor político (subtendido). Fizeram muito uso de metáforas e trouxeram uma significativa variedade musical. Têm certa afinidade com a identidade latino americana. Um grande expoente desse grupo é Milton Nascimento.
E, ao final, conversamos sobre Chico Buarque, que, vindo de uma família de intelectuais, também ditou tendências. Embora seja sambista, não se prendia a clichês, promovendo uma grande variedade dentro do gênero e uma originalidade inusitada. Dentre suas vertentes destacamos o "eu lírico femino", o "engajamento", a "originalidade" e o humor das crônicas cotidianas. Dizem as más línguas que "ele funciona sob repressão", já que grandes de suas obras foram compostas na época da ditadura militar no Brasil.
Todas essas informações (e muitas outras) foram acompanhadas por demonstrações em áudio e vídeo, apresentados no auditório da PUC MINAS.
Lauro Meeler, quem ministrou o curso, apresentou sua dissertação de mestrado sobre o tema Tropicália Panis et Circensis e Sgt. Pepper, dos Beatles e nos disponibilizou diversos materiais. Se alguém estiver interessado, posso encaminhar.

Ele adiantou, inclusive, que já existem planos para um novo mini curso no próximo semestre. A proposta inicial é "História do Rock e Indústria Cultural: reflexões", que conheceremos desde as suas raízes, no blues, chegando até a década de 1970.

Quem estiver em BH na época, vale a pena conferir. Geralmente os encontros acontecem no intervalo do almoço (com duração de 1 hora) duas vezes por semana, são abertos ao público e dão direito a certificado.