sábado, 15 de novembro de 2008

Sobre a vírgula


Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode ser autoritária.
Aceito, obrigado.
Aceito obrigado.

Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

Campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)

terça-feira, 1 de julho de 2008

Quem conta um conto aumenta um ponto!



Outro dia li um texto que me tirou boas risadas...
Trata-se do trajeto percorrido por uma mensagem até o seu destino final.
A gente ri, mas quantas vezes já não ficamos em apuros por uma informação mal compreendida?
Muito bom!




Chamando o gerente em seu escritório, o Diretor Presidente de uma grande empresa lhe passa a seguinte orientação: "Na próxima sexta-feira, aproximadamente às 17h, o cometa Halley passará nesta área. Trata-se de um evento que ocorre somente a cada 76 anos. Assim, por favor, reúna os funcionários no pátio da fábrica, todos usando capacetes de segurança, quando, então, explicarei o fenômeno a eles. Se estiver chovendo, não poderemos ver o raro espetáculo a olho nu. Sendo assim, todos deverão dirigir-se ao refeitório, onde será exibido um filme-documentário sobre o cometa Halley".
E, então, inicia-se a saga da inocente mensagem, transmitida boca a boca até o seu destinatário final.

De: Gerente
Para: Supervisor

Por ordem do Diretor Presidente, na sexta-feira, às 17h, o cometa Halley vai aparecer sobre a fábrica. Se chover, por favor, reúna os funcionários, todos de capacete de segurança, e os encaminhe ao refeitório, onde o raro fenômeno terá lugar, o que acontece a cada 76 anos a olho nu.

De: Supervisor
Para: Encarregado de produção

Na sexta-feira, às 17h, o Diretor, pela primeira vez em 76 anos, vai aparecer no refeitório da fábrica para filmar a Banda Halley, o famoso cientista nu e sua equipe. Todo mundo deve estar lá de capacete, pois será apresentado um show sobre a segurança na chuva. O diretor levará a banda para o pátio da fábrica.

De: Do Encarregado de Produção
Para: Mestre

Todo mundo nu, sem exceção, deve estar com os seguranças no pátio da fábrica na próxima sexta-feira, às 17h, pois o Diretor manda-chuva e o Sr. Halley, guitarrista famoso, estarão lá para mostrar o raro filme “Dançando na Chuva”. Caso comece a chover mesmo, é para ir pro refeitório de capacete na mesma hora. O show será lá, o que ocorre a cada 76 anos.

De: Do Mestre
Para: Todos os funcionários

Na sexta-feira, o chefe da Diretoria vai fazer 76 anos, e liberou geral pra festa, às 17h no refeitório. Vai estar lá, pago pelo manda-chuva, Bill Halley e Seus Cometas. Todo mundo deve estar nu e de capacete, porque a banda é muito louca e o rock vai rolar solto até no pátio, mesmo com chuva.


Essa empresa aí está precisando urgente de uma assessoria de comunicação! Hahaha

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Mais um sapato na estrada...

Era só um sapato solitário na rodovia, mas chamou tanto minha atenção...
Eu estava no ônibus, voltando do estágio para casa e da janela o avistei. Era preto, um modelo masculino, e as dobras marcadas no couro denunciavam que estava um pouco surrado. Parecia confortável. Provavelmente já havia adquirido o formato do pé que o calçava, com freqüência pelo visto.

“Mas o que um pé de sapato estaria fazendo numa rodovia tão movimentada?”, pensei.

Imaginei o dono: Um jovem apressado, correndo para atravessar a “040” (por que as pessoas ainda insistem em não atravessar na passarela?) e, por causa da correria, o sapato acaba lhe escapulindo dos pés. Não podia voltar para buscar... era uma BR movimentada!

“Ou... Talvez a história seja mais trágica”, temi.

Não tive tempo de imaginar mais nada. O ônibus avançou um pouco mais no trânsito, que já começava a se complicar, e não vi mais o sapato. Vi um carro de reportagem.

Não tinha mais dúvidas. Logo avistei uma lona preta na frente da viatura policial. Havia sido um atropelamento. O dono daquele sapato nunca mais voltaria a usá-lo.

O ônibus se aproximou lentamente do local (o trânsito estava cada estava mais complicado). Preferi desviar o olhar. Era minha forma de respeito. Infelizmente fui uma exceção. Os demais passageiros se amontoavam para saciar suas curiosidades mórbidas.

Entretanto, procurei pelo motorista. Imagino como é traumatizante se envolver num acidente, principalmente com vítima fatal. “Como ele ou ela teria reagido? É um momento tão difícil!”, pensei.

Foi então que vi uma camionhete roxa, com a frente bastante amassada e o pára-brisa em pedaços. Parece que foi um impacto forte. Não é à toa que o sapato que despertou minha atenção estivesse a tantos metros dali.

Não vi o(a) motorista em prantos como imaginei. Na verdade nem sei se o(a) vi. Mas novamente algo me chamou a atenção: um homem (que poderia ou não ser o motorista) conversava com um dos policiais de forma tão informal que me espantou. Deviam estar falando algo engraçado, pois pareciam rir.
Mas... Como assim riam?????? Alguém acabava de perder a vida!!!! O corpo ainda estava no chão!!!!!!!!! E eles riam???

O ônibus então acelerou e a cena ficou para trás. Aqueles poucos minutos foram suficientes para me fazerem refletir durante todo o trajeto até em casa.

“A gente fica com tanta pressa para chegar em casa e acaba não chegando. Não vale a pena. E a família agora? Como fica?”, comentou a senhora sentada ao meu lado.

Aquela frase foi avassaladora. Instantaneamente pensei na história daquele homem... E sua família!? Como estaria?
Será que ainda o aguardavam retornar de mais um dia de trabalho? E, com aquele carro de reportagem lá atrás de plantão, provavelmente o grande público ficou sabendo da tragédia antes mesmo dos familiares.

Meus pensamentos voltaram ao sapato. Como deve ter sido a manhã daquele homem, calçando tranquilamente seu calçado? Talvez ele estivesse procurando um emprego, e, por isso, naquele dia tivesse calçado e lustrado de forma especial seu par de sapatos mais apresentável.

Ou, então, teve uma manhã apressada como todas as outras, calçou seus sapatos prediletos (por isso estivessem tão usados) e partido para seu trabalho.

Nunca vou saber quem era aquele homem. Mas sei que tinha uma história. Sua família passará momentos difíceis. Talvez hoje seja o mais difícil de suas vidas. Não sei se ele tinha filhos, esposa, pais. Mas com certeza alguém o amava.

Isso poderia ter sido com qualquer um de nós. O liame entre a vida e a morte é tão tênue. Estamos hoje aqui. Amanhã não estamos mais. Estou escrevendo agora, mas em questão de momento eu possa não exista mais. Pelo menos não da forma material que o mundo considera.

Sábias são as pessoas que buscam aproveitar ao máximo o tempo que têm. E quando digo aproveitar, não me refiro a fazer o que não fariam normalmente, afinal, se não fariam é porque provavelmente não lhes traria bem. Refiro-me a tentar viver a vida da forma que a gente sempre sonhou. Da forma que a gente sabe que faz bem, que faz feliz a nós e aos que nos cercam. Da forma que a gente sempre quis, mas que talvez faltasse coragem, ou um pouquinho de esforço para conseguir.

“Quanto tempo você tem?
Será que você sabe quanto dura a vida?
Não da pra dizer, ninguém saberá...
Quanto tempo você tem?
Tem que aproveitar o dom, e fazer o bem.”

Enquanto há tempo...

sexta-feira, 7 de março de 2008

O churrasco - Um conto real

Desenho feito por Vinícius


Vinícius é um garoto da cidade de Porto Alegre. Tem 1,83 metro de altura, magro e bonito, mas está há dois meses em internação domiciliar por determinação de seu psicanalista. Ele é um garoto superdotado, descrito como “extraordinariamente inteligente” e “extremamente sensível”. Filho único do casamento de um professor universitário que foi secretário de Cultura do Rio Grande do Sul com uma psicanalista, teve todo o estímulo para desenvolver inteligência e sensibilidade. Alfabetizou-se em francês quando a mãe fazia doutorado em Paris com a historiadora e psicanalista Elizabeth Roudinesco, biógrafa de Jacques Lacan. Vinícius aprendeu a tocar bateria aos 4 anos, depois piano e violão. Na porta do quarto grudava um cartaz: “Gravando”

Planejava um programa que há algum tempo vinha sendo adiado devido ao sucesso de suas novas canções, tocadas em festas eletrônicas de Londres.

- Quero fazer um churrasco para os amigos, mãe. Mas como estou interessado numa “guria”, prefiro não ter você nem o meu pai por perto.
- Que bom que você está se enturmando meu filho! Sabe como isso vai te fazer bem! Pode fazer aqui em casa, sim.
- Valeu mãe. Vou ao supermercado comprar a carne, então. Mas, aproveitando o assunto, preciso de dinheiro para pagar o tratamento de pele na clínica. Como vou sair já faço as duas coisas.
- Ah sim. Pode pegar na minha carteira. E, sobre o ingresso para o show da semana que vem que me pediu ontem, seu pai vai comprá-lo amanhã.
- Ok. Obrigado. Até mais.

26 de junho de 2006 – A mãe arrumava a mesa para o churrasco Vinícius já estava há algum tempo no computador. “Esse menino gosta mesmo de internet.”, pensou a mãe.
Por volta de 11h15, os pais saíram do apartamento que ocupa três andares de um prédio residencial, num bairro de classe média. Por volta das 12 horas Vinícius ligou para o celular da mãe:

- Mãe, meus amigos já chegaram. Está “tudo bem” aqui. Não precisa se preocupar. Estou cuidando de tudo.
- Aproveita bastante então meu querido. Ah meu filho, eu e seu pai estamos passando aí só para deixar o violão que pegamos no conserto, ta?!
- Ta, mas não precisam nem subir. Eu busco na portaria.

Às 13 horas, os pais deixaram o violão na portaria do prédio. Vinícius foi buscá-lo e voltou para o computador. Queria transmitir o churrasco pela internet.
Aproveitou para gravar algumas composições suas. Guardou o cd num envelope vermelho da Faber-Castell e colocou sobre a mesa do computador. Queria que os pais ouvissem. Havia muito material sobre Vinícius no computador: conversas do MSN, publicações de seu blog, todas as suas músicas... sentiu vontade de que os pais lessem tudo aquilo para compreendê-lo. Então decidiu escrever-lhes e colou a carta no lado externo da porta do banheiro.

Vinícius se dividia entre os preparativos, como a manipulação da churrasqueira, e as conversas virtuais na internet.
Às 14h28, ele postou num grupo de discussão, em inglês: “Estou fazendo o método CO. Neste momento e tenho duas grelhas queimando. Aqui está a foto. Alguém pode me dizer se há carvão suficiente?
E às 14h42, alguém diz: “Como você está se virando? Espero que você consiga o que quer.”
Dois minutos depois, Vinícius escreve: “Ah, meu Deus. Eu não consigo suportar o calor, está tremendamente quente. O que eu devo vestir para se tornar mais suportável? Eu tomei uma ducha antes, mas não adiantou nada. O que eu posso fazer?
“Retire as roupas, encharque em algum pano e se enrole nele para suportar o calor”, orientou um bombeiro aposentado de Chicago que estava no grupo de discussão.
Às 15h02 Vinícius escreveu seu último “post” e deixou o computador gravando. Foi para o banheiro onde estavam as churrasqueias, olhou para o cartaz há pouco pregado na porta que dizia: “Não entre. Concentrações letais de monóxido de carbono”. Então ligou o aparelho de som e disse para si mesmo “é bom morrer com música alegre” – e entrou.
Três horas depois do último contato com Vinícios vivo, os pais leram a carta deixada na porta do banheiro:

“Para garantir uma margem segura de tempo, inventei a história do churrasco, pedindo para que vocês saíssem de casa durante todo o dia. (...) Essa medida fez com que o churrasco de hoje parecesse um grande progresso no que tange a minha condição psíquica, quando na verdade era justamente o contrário”.
“Não houve churrasco, não havia colegas nem guria que eu goste. Peço desculpas pela maneira trapaceira com que arranjei meu suicídio. Peço desculpas também pela maneira assustadora com que a notícia chegará a vocês. Foi a maneira que encontrei de garantir um dia inteiro sozinho a fim de conduzir o procedimento da maneira mais segura”.
“O método que escolhi foi intoxicação por monóxido de carbono, é indolor e preserva o corpo intacto, mas demora, e se a pessoa é resgatada antes de morrer fica com graves lesões cerebrais e torna-se um vegetal”.
“Se conseguirem enxergar além da ótica da paternidade, verão que nada de especial aconteceu no dia de hoje. O mundo continua igual. (...) Espero que não tenha ficado nada pendente”.

Escrevi esse conto baseado numa reportagem da Revista Época (11/02/2008/Edição nº 508), intitulada “Suicídio.com”, abordando o problema de sites que incentivam adolescentes, como o nosso personagem real, a se matar, ajudando-os, inclusive, a escolher o método.
É duro acreditar que existem seres humanos fazendo isso. Pensando bem, alguém que incentiva esse tipo de coisa não é nada "humano". Como diz Paiva Netto,"falta humanidade à humanidade." Onde é que vamos parar?

Quem quiser conferir a matéria, pode acessar o site da revista:

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Heróis de Verdade - Parte III

Essa é o terceiro e o último post sobre o livro do médico psiquiatra Roberto Shinyashiki. Os próximos trechos falam sobre os “heróis de verdade”.
Isso me faz pensar em quão interessante somos nós... Sabemos que tudo o que foi abordado e questionado até aqui faz parte da nossa realidade. Sabemos que tudo isso se tornou mais comum do que desejaríamos. Mas por que precisamos que as pessoas nos mostrem isso? E por que nos esquecemos tão rapidamente da lição?
Acho que a resposta faz parte do desafio proposto: conhecermos e repensarmos nós mesmos.
Boa leitura!



HERÓIS DE VERDADE - PARTE III

“Será possível colocar a máscara de sensacional de lado e começar a ser mais humano? Como ser mais verdadeiro em meus relacionamentos? Como ser um herói de verdade?
A mudança começa com uma dúvida que se transforma em uma pergunta. A busca das respostas a essa pergunta é a própria caminhada de transformação. Um ser humano sem dúvidas não evolui. O questionamento é o primeiro passo para nos abrirmos para o novo.” [p.120/121/122]

“Precisamos ter claro que nosso estado de espírito é um convite ara que outras pessoas entrem no mesmo estado de espírito.
Ego atrai ego. Alma atrai alma.
Mentiras atraem mentiras.
Verdade atrai verdade.” [p.126]

‘Aprender a se mostrar de verdade a alguém é o primeiro passo para resgatar o poder de ser quem você é. Não tenha vergonha de ser quem você verdadeiramente é. (Mas) apesar de a questão ser “quem eu sou?”, é importante analisar se você não está buscando responder à pergunta “quem eu deveria ser?’”[p.132/136/139]

“Você sabe quais são as pessoas que eu admiro?
Pessoas que sintam frio no inverno e calor no verão...
Que admitam precisar de uma noite de repouso para repor a energia gasta ao longo do dia.
Que façam trabalhos voluntários e ajudem os semelhantes.
Que tenham coragem de pedir ajuda quando se sentirem fragilizadas.
Que saibam chorar no ombro da pessoa amada.
Que saibam ligar para um amigo e falar da tristeza de ter perdido um amor.
E acreditem poder vencer as adversidades com dedicação e trabalho.
(Elas) não têm o objetivo de colecionar dinheiro, mas são ricas de coração.
Não têm o objetivo de colecionar relações sexuais, mas de viver um grande amor.
Não têm o objetivo de ter filhos famosos, mas de amar seus filhos como eles verdadeiramente são.
Têm grandeza de alma e não precisam dos aplausos dos outros” [p.45/46/49]

“Os heróis de verdade estão em paz tanto em um jantar de gala quanto comendo um misto quente no bar da esquina.
Conseguem sentir a presença de Deus ao caminhar na rua ou ao abraçar um amigo.
Vão atrás de suas metas, mas sabem admirar o sucesso dos outros.” [p.130]

“Os heróis de verdade sabem respeitar a diversidade, especialmente a própria...” [p.138]

‘É preciso muita coragem para dizer “dane-se” quando o que está acontecendo tem sentido para os outros, mas não para você!
É preciso muita coragem para seguir o coração.
É preciso muita coragem para entender que a vida é uma grande brincadeira e (...) somos simplesmente aprendizes do jardim-de-infância da escola da vida. [p. 141]

FIM

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Heróis de Verdade - Parte II

Nas citações anteriores, o autor questiona a forma extremamente fantasiosa com que temos encarado a vida. Nessa segunda parte, ele destaca algumas “armadilhas” que contribuem para nos inserir no jogo de aparências. Segue...

HERÓIS DE VERDADE – PARTE II


ARMADILHAS:

Primeira Armadilha: Provar que você tem sucesso
Para mostrar o sucesso que não têm, as pessoas começam a mentir. No começo, mentem para os outros, depois mentem para si mesmas. Com o passar do tempo, tornam-se escravas das ilusões que criaram. [p.55/57]
Segunda Armadilha: Você tem de estar feliz o dia inteiro
O que faz a gente ser feliz é viver plenamente a vida, esse maravilhoso movimento cheio de subidas e descidas que, ao intercalar altos e baixos, torna ainda mais especiais os momentos de alegria. Contudo, as pessoas embarcam nessa viagem maluca de parecerem felizes todos os dias e acabam semeando tristeza por todos os lados. A depressão brota em quem se sente inadequado nesse mundo de fogos de artifício. [p.58/59]
Terceira Armadilha: Gente de sucesso compra tudo o que quer
É incrível, mas há muita gente que se endivida apenas para poder adquirir o computador de última geração, a televisão de plasma, o jogo eletrônico da moda. No mundo de hoje, admiro as pessoas que compram as coisas de acordo com suas necessidades, sem desperdícios.
Que sabem curtir o que têm e não usam bens materiais para mostrar que são poderosas.
Que revelam desprendimento de suas conquistas porque sabem que a maior conquista foi a experiência de alcançar seus objetivos.
Que têm certeza de que o importante não é o diploma, mas o conhecimento adquirido durante o curso.
Que sabem que sua maior força não está na conta bancária, e sim em sua capacidade de amar. [p.63]
Quarta Armadilha: fazer as mesmas coisas que as pessoas de sucesso fizeram
A quarta armadilha está no mito de que as pessoas de sucesso têm um jeito único de pensar e que devemos agir exatamente como elas para também ter sucesso em nossas ações.
São infinitos os modelos a seguir! O que as pessoas não percebem, no entanto, é que se optarem por comportamentos formatados pelos outros terão poucas oportunidades de fazer as coisas da maneira como gostariam. [p.66]

CONVITES PARA AS ARMADILHAS:
Exigências para que provemos nossa importância
Antigamente, quando, ao ser apresentada a uma família conservadora, a pessoa tinha que responder a todas essas perguntas:
_Qual é o seu sobrenome? Quem são seus pais? Onde você trabalha?
As cobranças estão maiores do que nunca, só mudaram as perguntas. Mas quando acreditamos que somos importantes por ser quem somos, não precisamos provar nada a ninguém, nem a nós mesmos. Desenvolvemos uma consciência profunda a respeito de nosso valor e não nos deixamos levar pelas cobranças que nos fazem. [p.74]
Orientações de pessoas queridas
Às vezes pessoas que nos amam intensamente dizem o que é melhor para nós e acabam nos desviando do caminho da realização pessoal. [p.76]
Atribuições que nos iludem
Sempre que ouvir opiniões dos outros sobre você, lembre-se de que são apenas a manifestação das idéias deles. Afinal, todos nós temos a tendência de ver o que queremos ver. Não pense que essas opiniões estão corretas nem que, se segui-las, tudo vai dar certo em sua vida. Mesmo que seu pai seja seu herói, você não precisa seguir todos os conselhos dele para ser um herói de verdade [p. 78/79]
Provocações de pessoas maldosas
A cada dia, os convites para agir como super-heróis vêm em forma de um novo desafio:
_ Esse carro é muito caro para você comprar.
_Você é muito filhinha de papai, não vai ter coragem de transar com dois caras ao mesmo tempo.
_ Um caretinha como você não vai ter peito de tomar ecstsy.
_ Duvido que você tenha coragem de levar esse negócio contrabandeado para a Europa!
Uma boa resposta nesses casos é dizer simplesmente:
_ Azar o seu...
Para que dar valor para alguém que não valoriza verdadeiramente você? [p.80/81]
Comparações destrutivas
Comparar é humilhar. É mostrar ao outro que ele é inferior. A comparação sempre leva a pessoa que está sendo comparada a se sentir por baixo e tem a finalidade de fazê-la avançar até o patamar que o outro impõe.
Alguns exemplos:
_Meu ex-namorado sempre me levava para jantar fora.
Na verdade o que ela quer dizer é: “Seu pobre miserável!”
_ Minha “ex” nunca teve problema de peso.
Na verdade o que ele está dizendo é: “Sua gorda horrorosa!”
Diante de comparações assim, há duas alternativas (...). Deixar ao outro o trabalho de comparar e não aceitar o desafio ou procurar mostrar ao outro que você é melhor – o que, ao fazê-lo, sem perceber, você já assinala que é inferior, pois quem quer superar alguém normalmente se sente inferior. [p.82/83]

“Concentre-se em suas vocações e em seus talentos, e não se preocupe em agradar a ninguém. Viver para ser admirado pelos outros cria apenas fracasso e frustração.” [p.85]

Continua...

Para saber mais sobre o autor desse livro e suas obras, acesse www.shinyashiki.com.br

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Heróis de Verdade

É... as férias estão acabando. Aproveitei esse tempo de folga para ler um pouquinho e não me arrependi. Me deparei com bons livros. Um deles se chama HERÓIS DE VERDADE - Pessoas Comuns que Vivem Sua Essência, do médico psiquiatra Roberto Shinyashiki.
Algumas pessoas têm preconceito contra os famosos “
auto-ajuda”. Mas me pergunto: Será que elas ao menos procuram lê-los antes de criticar? Como em todos os gêneros da literatura, existem obras boas e obras ruins. Mas só saberemos conhecendo. Se o preconceito sempre for maior do que a sede de conhecimento e o pré-julgamento persistir, talvez seja sinal de medo por se ver forçado a refletir e a reavaliar-se em algum ponto.

Como o objetivo do blog é compartilhar, transcrevo a seguir alguns trechos do livro. Fiz uma espécie de fichamento com as citações que mais me marcaram. O tema é atual e o autor me provocou o raciocínio. Espero que seja um convite para que você também leia a Obra completa. Quando o fizerem, compreenderão melhor a mensagem do livro. Como minha seleção ficou grande, postarei em três partes.
Segue a primeira...

HERÓIS DE VERDADE – PARTE I

“Muitas pessoas sofrem por embarcar em uma viagem que não tem nada a ver com seu coração.” [p.12]

“Nunca se viu em toda a história da humanidade, um culto ao ego tão exacerbado como o de hoje. As pessoas desenvolvem a necessidade de fingir que sabem tudo, ganham todas e acertam sempre. Cada vez mais, exige-se que a pessoa mostre o que não é, fale o que não sabe e exiba o que não tem” [p. 13]

“Talvez o maior exemplo de veneração à aparência seja o silicone (...). Nada contra o uso do silicone quando o importante é somente o que está do lado de fora. O problema é que ninguém implanta cultura com silicone. Ninguém melhora a capacidade de amar com silicone. Ninguém adquire carisma com cirurgia plástica. O problema, para as que pessoas que só valorizam as aparências, é que alma não tem silicone.” [p. 150]

“Assumir nossos objetivos exige muita coragem em um mundo que quer definir o que é sucesso.
Assumir nossos sentimentos exige muita coragem em uma sociedade que nos pressiona para sorrir o tempo todo.
Assumir nossos erros exige muita coragem em um mundo que parece feito de pessoas que sempre ganham todas...
Assumir nossa ignorância exige muita humildade nesse mundo de quem sabe tudo.” [p.14]

“Parece que...
Todo mundo é bem sucedido.
Todo mundo fez fortuna com idéias sensacionais.
Todo mundo superou barreiras intransponíveis.
Todo mundo é um exemplo a ser seguido.
Todo mundo ficou famoso de uma hora para outra.
Todo mundo escreve livros perfeitos.
Todo mundo é super.
Todo mundo é o máximo.
Parece que...
Ninguém chora.
Ninguém se emociona fora de hora.
Ninguém fraqueja.
Ninguém comete falhas.
Ninguém dá uma bola fora.
Ninguém está fora do padrão de beleza ideal.
Em um mundo feito de tantos extremos, pessoas normais como você e eu, seres humanos de carne e osso com receios e inseguranças, nos sentimos alienígenas.” [p.22/23]

“Você não é o único que tem inseguranças.
Você não é o único que tem insônia.
Você não é o único que teve uma crise de impotência quando saiu com a mulher de sua vida.
Você não é o único que comete erros (...)
Todo mundo erra, ma faz pose de bacana!”[p.24]

‘Nas entrevistas de emprego, por exemplo, o discurso é praticamente o mesmo. Todo mundo quer parecer perfeito. Se o entrevistador pergunta ao candidato qual é o seu ponto fraco, logo vem a resposta:
_ Ah! Eu sou perfeccionista. Mergulho de cabeça no trabalho e não consigo relaxar enquanto não faço o que tem de ser feito.
É claro que ninguém responderá, de maneira sincera, algo como “sou esquecido” ou “sou desorganizado”. As pessoas respondem apenas o que os empregadores adoram ouvir, mesmo que lá no fundo os dois saibam que tudo não passa de mera encenação. ’ [p.36]

Continua...

Para saber mais sobre o autor desse livro e suas obras, acesse www.shinyashiki.com.br