sábado, 20 de junho de 2009

Sou ProUni com orgulho... e merecimento!


Hoje recebi um e-mail do Ministério da Educação, parabenizando-nos, alunos do ProUni, pelo bom desempenho comprovado na pesquisa realizada pelo INEP, a pedido da Folha. Essa pesquisa constatou que os alunos bolsistas têm rendimento igual ou superior aos demais, contrariando o argumento de pessoas que acreditavam que esse tipo de inclusão no campo universitário pudesse conduzir a uma perda de qualidade do ensino.
Não é a primeira vez que nosso bom desempenho é constatado, mas é intrigante como nem esse tipo de dado conseguiu eliminar o preconceito que muitas pessoas têm.

Explico:

Estudo como bolsista do ProUni na PUC Minas e outro dia vivi uma situação um pouco inusitada: Na minha turma existe uma galerinha que vez por outra enche a paciência com conversas paralelas (sim, isso me incomoda. Sou “Caxias”. Rs). E, num dia desses, quando o pessoal passou dos limites e a turma levou uma bronca do professor, uma colega se aproximou do meu grupo e comentou:

“Gente, como pode!? Esse pessoal do ProUni... Não paga faculdade, aí não dá valor. Fica atrapalhando quem quer estudar.”

Não sei de onde essa colega tirou que a turma da conversa era bolsista. Será que tinham jeito de pobres para serem confundidos com bolsistas? Sou pobre, mas não atrapalho a aula de ninguém. Senti-me, pois, na obrigação de esclarecer o equívoco:

“Na nossa turma só há dois bolsistas. Eu e o Joelmir”, respondi.

Joelmir é um colega e amigo muito querido, integrante da minha “panela”. Ele é chefe de turma, estagiário em um dos principais jornais de BH, trabalha desde pequeno na área e é muito admirado por todos na sala. Recentemente, recebeu da faculdade o título de “Destaque Acadêmico” do curso de jornalismo.

Perceberam o tamanho do equívoco?

Não foi fácil conseguir uma bolsa na PUC. Precisei de uma pontuação no Enem superior a 87%. Por isso, eu e o meu colega Joelmir valorizamos, sim, a oportunidade de estudar. Demonstramos isso através de nosso bom relacionamento com os colegas e com os professores, por meio da nossa dedicação, do nosso esforço e, consequentemente, das nossas notas. Acho que isso explica em parte o resultado da pesquisa, pois provavelmente essa seja a postura de muitos outros bolsistas.

Sei que o ProUni não é a solução de todos problemas. Afinal, deve ser constantemente fiscalizado para se evitar novas irregularidades, não anula a necessidade de se repensar a educação no Brasil, já que antes de se tornar universitário o jovem precisa ter uma base sólida de ensino fundamental e médio, e sei também que, devido às altas pontuações exigidas pelas melhores faculdades, geralmente é beneficiada apenas a “nata” da escola pública (eu mesma só consegui uma pontuação alta no Enem porque tive uma boa formação, frequentando uma escola Federal). Mas isso é assunto para um novo post.

O que destaco agora é a necessidade de desvincularmos o mau comportamento das pessoas à sua condição financeira ou social. Há muito filhinho de papai fazendo besteira por aí. Basta ler os noticiários. Se não for chegado a jornais, verá em novelas mesmo. Até a Glória Peres retrata isso.

Para quem quiser conferir a repercussão da pesquisa, segue o clipping enviado pelo MEC: http://portal.mec.gov.br/ftp/ProUni.pdf

Um comentário:

Joelmir Tavares disse...

Sabrina, sua opinião é sempre muito sensata. Sem dúvida, o Prouni é uma oportunidade única na vida de quem por ele foi beneficiado. No meu caso, agarrei-a e não a deixei passar. Hoje vejo que valeu a pena - e sou grato por isso.